Mercado de feijão reage com disputa por lotes
Clima ajuda a sustentar preços
Clima ajuda a sustentar preços - Foto: Canva
O mercado de feijão segue em compasso de firmeza, impulsionado pela disputa por lotes recém-colhidos e pela expectativa de clima adverso nos próximos dias. No interior de São Paulo, o Instituto Brasileiro de feijão e Pulses relata que os negócios alcançaram R$ 260 por saca, valor que não atraiu todos os compradores, mas evidenciou a resistência dos produtores. Segundo o instituto, caso houvesse oferta a R$ 250 ou R$ 255, a movimentação teria sido suficiente para esgotar os volumes disponíveis.
A previsão de chuvas para o fim de semana reforçou a leitura de que os preços tendem a se manter. Produtores que já estão colhendo consideram pouco provável um recuo, avaliando que a umidade pode dificultar a entrada de novas lavouras e limitar a oferta imediata, cenário que reduz a pressão sobre as cotações.
Em Minas Gerais, um levantamento realizado na região Noroeste junto a 42 produtores indica uma mudança relevante no início do próximo ciclo. No ano passado, todos haviam plantado a primeira safra; neste, apenas 11 confirmaram o plantio. A redução da área sinaliza que os próximos meses não devem apresentar folga de abastecimento.
Corretores da região relatam ainda que produtores que costumavam alongar as vendas até fevereiro já zeraram seus estoques. O custo mais alto para carregar lotes pesou na decisão, e a antecipação das vendas se mostrou acertada.
O ambiente construído é de um mercado ajustado, com compradores atentos e produtores mais seguros. Para a cadeia como um todo, esse equilíbrio é bem-vindo e até mesmo uma valorização de até 20% não deve alterar o ritmo do consumo, já que a reação tende a ser absorvida com naturalidade.